O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcilio Drescher, participou, na noite de ontem, 2 de dezembro, do Projeto Gerir – o futuro do tabaco. A realização é do Grupo Gazeta de Comunicações, com o patrocínio da Unimed Vales do Taquari e Rio Pardo e da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Além do presidente da Afubra, participaram o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Valmor Thesing, e o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo), Edimilson Alves.
Drecsher disse que o momento é oportuno para debater o futuro do tabaco, pela relevância da cultura, lembrando que a safra atual conta com um incremento no número de famílias produtoras. “Qual o futuro do tabaco? É uma preocupação pelas incertezas. Para a Afubra, são dois fatores importantes para o futuro: mercado de mais de 90% de exportação, consolidado, em função da qualidade do tabaco brasileiro que precisa ser prezada; e o preço do tabaco brasileiro que vinha sendo produzido com valor menor do que em outros países. Esses dois fatores, produção de qualidade e a busca pela diminuição do custo de produção, darão vida longa ao setor”. Marcilio ainda destacou o desafio do mercado ilegal, onde o Brasil vem perdendo mercado de consumo do cigarro legal e aumentando o clandestino. Houve e vem havendo redução no consumo, mas, aumentando o ilegal, que não entra nas estatísticas. Outra preocupação é o sistema integrado. “Nos ´últimos anos tem sido descuidado e voltamos ao debate para o reordenamento, com responsabilidade mútua, produtor e empresa. Sem isso, o sistema integrado se desfaz O sistema integrado, bem praticado, dá segurança à toda a cadeia produtiva.
O presidente do SindiTabaco, Valmor Thesing, destacou o trabalho de fortalecimento do sistema de produção integrado, que a entidade vem realizando junto com a Afubra e Federações dos três Estados do Sul do Brasil. “Tudo começa no sistema integrado de produção. É preciso sensibilizar o governo da importância do setor e desmistificar alguns pontos. Também temos os desafios das novas oportunidades, com os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFS), o uso da nicotina líquida extraída do tabaco e combater o mercado ilícito”.
Pela Abifumo, Edimilson Alves lembrou as famílias produtoras e a liderança do Brasil em exportação, há mais de 30 anos. Sobre os DEFs disse que a proibição não parou o consumo. “São 3 milhões de usuários no Brasil. Dispositivo ilegal e irregular que não se sabe o que tem dentro, além de R$ 7,7 bilhões perda de arrecadação em 2025. As indústrias estão dispostas a sentar com a Anvisa e discutir e regular os DEFs: regras rígidas com controle sanitário”.
Jorn. Luciana Jost Radtke/Fotos: Alencar da Rosa