Durante a Expoagro Afubra 2012 foi realizado o 1º Fórum Estadual de Agroenergia, onde foram debatidas alternativas para a produção de agroenergia no estado do Rio Grande do Sul. De acordo com os palestrantes é preciso pensar na utilização de outras culturas, como batata-doce, cana-de-açúcar, mandioca e arroz para a produção de etanol, já que hoje os gaúchos produzem apenas 2% do que é consumido no estado.
De início Dilson Bisognin, do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e de Inovação Tecnológica e Agronegócio da SEAPA, falou sobre o potencial da microdestilarias multifuncionais. Para ele, a produção de etanol deve gerar emprego e renda e ainda impulsionar a produção de alimentos. “Sem energia não há desenvolvimento socioeconômico e produtivo”. Outro benefício é que a nova alternativa vai manter as famílias no campo, fator preocupante no cenário agrícola atual.
Bisognin destaca, também, a produção de matéria-prima de qualidade e em quantidade para a produção de etanol. Antes disso, no entanto, é preciso definir os cultivos e desenvolver tecnologia para aproveitamento dos subprodutos. Nesse sentido, José Francisco Rangel, da Agência de Desenvolvimento de São Borja, cita a geração de energia a partir da casca de arroz. Além disso, apresenta opções de utilização da palha e da cinza gerada com a queima de casa, hoje já utilizadas por indústrias de borrachas e fertilizantes.
Rangel afirma, também, que é preciso desmistificar o conceito de que a produção de etanol vai gerar insegurança alimentar e desabastecimento no estado. Para a geração de agroenergia é preciso investir em pesquisa e buscar cultivares específicas, de qualidade inferior, e ainda trabalhar com excedentes de grãos. Ele também ressaltou que investir no arroz traz benefícios para o Rio Grande do Sul, já que se tem a matéria-prima, enquanto que a cana-de-açúcar representaria investimento de risco.
Ao abordar o tema Matéria-prima para Agroenergia no Rio Grande do Sul, Luiz Antonio Rocha Barcellos, da Emater/RS, citou trabalhos de pesquisa com cultivares de cana-de-açúcar, batata-doce e com amendoim e a utilização do sorgo como alternativa interessante para plantio na entressafra da cana. Sérgio dos Anjos, da Embrapa, também apresentou opções de matérias-primas para a produção de etanol e ainda afirmou que viabilizar a cultura da cana-de-açúcar para produção de etanol, de forma sustentável no estado, é contribuir para a expansão da fronteira agrícola e para o desenvolvimento da agroindústria sucroalcooleira .
Por fim, Márlon Pereira, gerente comercial Via Vida Biocombustíveis, mencionou um projeto em desenvolvimento na região de Rio Pardo e Cachoeira do Sul. De acordo com ele, independente da região, é importante manter equilíbrio entre os processos de logística, industrial e comercial dentro das cadeias agrícolas. Para ele planejamento, técnicas de manejo bem-estruturadas e manutenção são imprescindíveis para que os gaúchos possam contar com uma nova cadeia produtora voltada à produção de agroenergia.Coordenadoria de Imprensa – Expoagro Afubra 2012
Jornalista Heloísa Poll