A problemática envolvendo a produção de tabaco foi tema da audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, realizada na Expoagro Afubra 2013. Nesta sexta-feira, 22 de março, um grupo de deputados esteve no auditório do parque para ouvir produtores, diretores de entidades ligadas à agricultura familiar e representantes dos municípios produtores de tabaco. Do parlamento gaúcho, estiveram presentes o presidente da Assembleia Legislativa, Pedro Westphalen, e o presidente da Comissão de Agricultura, Edson Brum, além de Heitor Schuch, Adolfo Brito, Zilá Breitenbach, José Sperotto, Marcelo Moraes e Altemir Tortelli.A ocasião também contou com a presença do deputado federal Luis Carlos Heinze; do secretário adjunto da Agricultura; Cláudio Fioreze; e do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Caio Rocha. Participaram do debate ainda o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner; o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, Romeu Schneider; e o presidente do Sindicato Interestadual das Indústrias de Tabaco, Iro Schünke, entre outras autoridades.Ao fazer sua explanação para os parlamentares, Benício Werner, mostrou os números da safra 2012/2013 e as expectativas de produção. No Rio Grande do Sul são 86.430 produtores, com 96.340 estufas e 158.010 hectares de lavouras. A expectativa de produção da safra, que ainda está em andamento, é de 702.830 toneladas no Rio Grande do Sul e 721.110 toneladas em todo o País. O presidente da Afubra também mostrou que a diversificação das propriedades está evoluindo, pois na safra 2003/2004, na média, o tabaco era responsável por 67% da renda das propriedades onde o produto é cultivado. E em 2011/2012 a participação do tabaco na renda das propriedades foi de 56%, ou seja, os ganhos obtidos com outras culturas aumentaram.Na ocasião, Werner também entregou documentos aos deputados, solicitando a intervenção dos parlamentares em duas questões que atingem o setor produtivo. Um dos temas é o aumento dos impostos para importação da matéria-prima usada na produção dos insumos agrícolas, medida que eleva o custo de produção. E o outro assunto é o Código Florestal. O dirigente pede que a lei contemple preservação e conservação, mas que também dê atenção à agricultura e aos agricultores.
Ao se pronunciar, Iro Schünke lembrou que o tabaco, que é principal produto exportado em território gaúcho, alcançou seu recorde de exportações e representou 12,9% do total das exportações do Rio Grande do Sul em 2012. “Se não fosse o tabaco, o saldo da balança comercial teria sido negativo”, salientou. Sobre a inserção de outras culturas, ele disse que o setor sempre foi favorável à diversificação. “O que queremos é que o tabaco seja uma das culturas da propriedade”, falou.
Por sua vez, o secretário adjunto da Agricultura, Cláudio Fioreze, disse que o governo do Estado se associa aos planos do governo federal em busca do fortalecimento da propriedade rural e que a secretaria criou 17 câmaras temáticas para buscar soluções para as diversas cadeias produtivas. Ele também anunciou que em breve o programa Mais Água, Mais Renda receberá incrementos significativos para ampliar a área irrigada no Rio Grande do Sul.
E o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, explicou que há um novo desafio na instância federal, que é o de criar mecanismos para resolver os problemas regionais. “Não tem como trabalhar com as mesmas políticas públicas em todo o País, pois, por exemplo, os problemas do Rio Grande do Sul não são os mesmos dos estados do Norte ou Nordeste”, disse.
Coordenadoria de Imprensa – Expoagro Afubra 2013
Jornalista Cristina Severgnini
Reg. MTb/RS 9.231