Um dos estandes que tem chamado a atenção do público que a pelo espaço da Emater/RS-Ascar, na Expoagro Afubra, é o destinado às Plantas Alimentares Não Convencionais (Pancs) e Condimentares. No local, os extensionistas abordam métodos de cultivo, preparo e consumo de plantas como aspargo, inhame, hibisco, ora pro nobis, cará aéreo e subterrâneo, dente de leão, entre outras. O objetivo da unidade é promover a diversificação dos cultivos, visando à melhoria da alimentação das pessoas e a geração de fontes de renda para os agricultores familiares.
A aposentada Ilga Maria Prado, de Estrela, afirma já ter utilizado algumas das espécies apresentadas no local. “Quando éramos mais novos sempre fazíamos bolinho com cará aéreo”, recorda. “É como se fosse um bolinho de batata, que fica muito gostoso”, diz. Mas não foi apenas como alternativa alimentar que Ilga utilizou alguma das Pancs. “Tivemos muitos casos de câncer na família e o chá de ora pro nobis, por exemplo, sempre foi útil no auxílio do tratamento”, lembra.
Já o aposentado José Valdevino de Castro de Sobradinho, aprecia muito ervas como a alecrim, açafrão e manjericão, como alternativas de temperos. Não à toa, estava levando consigo mudas dos três exemplares. “Produzir em casa garante qualidade para o que vamos consumir, com menos químicos e agrotóxicos”, avalia. “Também, como hipertenso, procuro encontrar substitutos para o sal.”
Para o responsável pelo espaço, o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Edson Paulo Mohr, o cultivo de plantas não convencionais significa não apenas a manutenção do bem-estar da família, mas também uma fonte de renda, ainda que não seja a principal. “Como são plantas que vieram diretamente da natureza, não exigem um manejo tão cuidadoso em termos de solo ou clima”, explica. “Além disso, são alternativas de baixo custo”, ressalta. Para Mohr, as principais dificuldades estão na obtenção de sementes e das mudas, que muitas vezes não são tão fáceis de encontrar.
Ainda assim, de acordo com a avaliação de Mohr, algumas delas servem inclusive como substitutas para carnes e outras fontes de proteínas. “A ora pro nobis rende um excelente refogado. Inclusive, em alguns locais é conhecido como ‘carne de pobre’”, sorri. “Muitas plantas eram utilizadas na época dos nossos avós e a nossa intenção é promover um resgate desses cultivos. Especialmente em épocas em que se valoriza tanto a criatividade na cozinha e as alternativas em relação aos temperos industrializados.”
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar na Expoagro Afubra
Jornalista Tiago Bald
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