Evento foi realizado na manhã desta quarta-feira, durante a 23ª Expoagro Afubra
Com o propósito de agregar informações e unir diferentes frentes de debates, o 3º Fórum Florestal Regional do Vale do Rio Pardo trouxe à 23ª Expoagro Afubra diferentes temas de impacto à atividade agrícola. Realizado na manhã desta quarta-feira, 26, no Auditório 1 do parque, o encontro reuniu especialistas e visitantes que puderam conversar sobre produção de biomassa para energia; mercado de lenha para a fumicultura; e recuperação de áreas alteradas.
Segundo o gerente de Produção Agroflorestal da Afubra, Juarez Iensen Pedroso Filho, o evento foi criado com o propósito de unir produtores, empresas, parceiros, entre outros interessados no setor. “Nós trazemos especialistas e pesquisadores para podermos compartilhar o que a ciência desenvolve. Também conversamos sobre insumos, tecnologia, mecanização. Queremos promover essas discussões e aproximar elos”.
O fórum teve início com a explanação da engenheira florestal do Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Talita Baldin que abordou o tema Produção de biomassa para energia: espécies nativas e exóticas de crescimento rápido.
Filha de pequenos produtores rurais, a doutora na área também busca contribuir com o desenvolvimento das atividades agrícolas. Desde 2009 trabalhando com madeira voltada para energia e produtos diversos, a professora afirma ser evidente a necessidade de se falar sobre melhores práticas de aproveitamento do insumo. “A lenha é muito importante para o Rio Grande do Sul, especialmente para os 33 mil produtores do tabaco Virginia que a utilizam para a cura do produto”.
Segundo os dados apresentados, há mais de 40 anos a fumicultura busca a erradicação do consumo de lenha nativa. Nesse cenário entram as florestas energéticas, pois colaboram com a preservação e recuperação dessas áreas. Para a implantação, contudo, é necessário atentar para uma série de critérios, como finalidade do plantio, características edafoclimáticas, qualidade das mudas, qualidade da madeira, particularidades de cada propriedade, entre outros.
“É desafiador trabalhar com esse tipo de material. Sabemos que não teremos a matéria-prima ideal para todos, mas precisamos seguir buscando algo que seja o mais próximo disso”, disse.
Em seguida, a engenheira florestal Daniele Bernardy, também da UFSM, falou sobre O mercado de lenha para fumicultura no Sul do Brasil: análise de oferta e demanda. De acordo com ela, o setor tabacaleiro está presente em 509 municípios do Sul do Brasil, sendo o Brasil o segundo maior produtor mundial. “Precisamos gerar estratégias e ações para fazer a renovação de plantios e fomentar produtores e não-produtores para garantir o suprimento de biomassa”.
Por último, o engenheiro florestal da Salix Engenharia Natural, Charles Rodrigo Belmonte Maffra, apresentou a Recuperação de áreas alteradas no Vale do Rio Pardo: a engenharia natural frente às mudanças climáticas. “Essa é uma excelente oportunidade para falar sobre o tema. Às vezes temos soluções mais simples e mais próximas e buscamos longe por falta de conhecimento”.
Em sua apresentação, Charles abordou técnicas aplicadas para a recuperação das margens de rios, como os Taquari, Rio Pardo, Taquari e Rio Pardinho que sofreram com os efeitos das enchentes de 2024. “Esse é um problema de engenharia, pois houve uma perda de estabilidade geotécnica”.
Jorn. Heloísa Letícia Poll – MTb/RS 16.224
Assessoria de Imprensa da Expoagro Afubra 2025
Crédito: Heloísa Poll