Agroflorestal

Os cuidados com as árvores

7 de fevereiro de 2020

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No outono e inverno devemos observar nossas árvores existentes e planejar o que será necessário fazer. Alguma poda de formação, condução, corretiva; o que será necessário fazer de forma planejada. Assim, chegamos na primavera e verão aproveitando o máximo do conforto térmico promovido pelas árvores. Faço esse registro porque, todos os anos, constantemente, muitas árvores, tanto em vias públicas como em áreas privadas, são mutiladas e reduzidas a apenas troncos, sem copa! Essa condição, juntamente com podas excessivas e inadequadas, reduzem a vida útil de uma árvore sobremaneira. Fato que acarretará, no mínimo, uma substituição por outra muda, que levará anos para prover sombra, ou ainda ficará aquele espaço vazio, com a ausência sentida de “algo” ou crescendo “mato”. Então, hoje, devemos olhar para os indivíduos existentes e planejar o que devemos apenas corrigir, ou melhor, apenas “conduzir”, de modo a compatibilizar ao espaço urbano.

Agora tão importante a manutenção das árvores existentes, que exige experiência, ferramentas adequadas, etc., é necessário plantá-las onde elas ainda não existem. Os benefícios da arborização urbana, tanto nos eios públicos como em áreas privadas, são inúmeros e inegáveis. No entanto, o ato de plantar está muito além de pegar uma muda, fazer um buraco, colocar a muda, tapar e molhar.

Vamos ao plantio adequado. Antes de mais nada devemos observar o local onde pretende-se efetuar o transplante. Quais obstáculos existem, que solo há abaixo da calçada, o que há ao redor que poderá ser influenciado a partir do crescimento de uma árvore que desejamos que se desenvolva por muitas décadas. Esse ponto do “solo” abaixo da calçada é um ponto crítico. Normalmente, que material é usado para fazer a base das calçadas antes do contra piso? Aterro, “restos de obra”, material argiloso e com dificuldade de drenagem. Então, o local para transplante deve ser cuidadosamente preparado. Uma cova realizada o mais profunda possível e com uma largura mínima de 60 cm. Junto com a terra, incorporar composto orgânico para melhorar as características físicas e químicas, inclusive, pode ser incorporado fertilizante.

Já com o local para transplante escolhido e preparado “antecipadamente”, é possível começar a pensar em qual espécie é possível compatibilizar com o espaço disponível. Existem inúmeras espécies possíveis tanto nativas da região como exóticas. Importante a orientação de um profissional experiente nessa área, como por exemplo, o engenheiro florestal. Atendemos diversos clientes em busca da “espécie”. Normalmente, as perguntas são as mesmas: uma espécie que cresça rápido, seja bonita, não perca as folhas, não dê sujeira, não caia fruto, não estrague a calçada e que dê uma ótima sombra no verão e que no inverno permita a insolação. Respondo: a melhor opção é plantar um guarda-sol! Serve para reflexão que as árvores são organismos vivos. Podemos entre tantas espécies indicar uma que atenda aos requisitos básicos para serem transplantadas no ambiente urbano. Porém, existem diversas variáveis para serem analisadas e assim escolher “a espécie”. Agora temos que procurar no mercado a espécie para comprar e ou encomendar. Lembrando que se for para plantar no eio público (calçada) deve ser respeitada a legislação municipal. Um critério importante é o porte da muda. A planta deve possuir condições para resistir as adversidades do ambiente urbano, por isso recomenda-se: altura de 1,8 metros, tronco firme, saudável, com podas de condução já realizadas e com recipiente que acomode o substrato com volume compatível com o porte da muda. De posse da muda é possível realizar o ato de transplante. Fazer a cova na dimensão adequada para acomodar o sistema radicular e dar e para o desenvolvimento pleno da árvore. Instalar um tutor (estaca de madeira) compatível com o tamanho da planta, ou seja, se a muda tem 1,80 metros de altura à estaca deverá possuir 2,30 metros para ser fixada no momento do plantio, para finalizar deverá ser utilizado um fitilho para fixar a muda ao tutor. Na sequência, irrigar a planta abundantemente nos primeiros dias.

Adubações nos primeiros anos são interessantes para favorecer um crescimento mais vigoroso; seja com composto orgânico ou adubo químico. Neste momento, a árvore está desenvolvendo a copa. Poderá haver necessidade de condições para formar uma copa harmônica. Todas as medidas sintetizadas objetivam compatibilizar a árvore ao espaço urbano, provendo condições para haver um desenvolvimento satisfatório que cumpra todos os objetivos da arborização e dando condições deste indivíduo conviver harmoniosamente pelo maior tempo possível. Uma reflexão que compartilho com nossos clientes é que o ambiente urbano via de regra é hostil ao desenvolvimento de plantas: injúrias mecânicas, poluição, dejetos, restrição para crescimento das raízes, podas drásticas, insetos e doenças, impermeabilização do solo. Ou seja, a árvore para compartilhar conosco a tão desejada sombra precisa superar várias barreiras. Podemos auxiliar elas provendo condições mais favoráveis para que elas perdurem por mais tempo.  

 Sobre mudas, o Viveiro Agroflorestal da Afubra comercializa milhares de mudas no mercado local e regional. Sempre estamos atentos as demandas dos clientes e qualificando nossas plantas para atenderem todos os anseios da comunidade. Especialmente às mudas para arborização.

 

Juarez Iensen Pedroso Filho, engenheiro florestal da Afubra

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