Com o intuito de fortalecer a produção agropecuária, a diversificação das propriedades, a capacitação do produtor rural e o incentivo a sua permanência no campo está sendo realizada a 14ª Expoagro Afubra. Os pronunciamentos de abertura do evento, realizada na manhã desta terça-feira, 25 de março, refletiram as preocupações atuais com a sustentabilidade das propriedades rurais e a manutenção da população rural no campo. Outros pontos apontados foram as questões relacionadas ao tabaco, principal cultura da região e responsável pela sobrevivência e qualidade de vida de cerca de 160 mil unidades de agricultura familiar no sul do Brasil.
Para o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, o crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul, de 5,8%, representou o dobro de crescimento da média nacional e se deve, principalmente, ao efeito safra. “E a parcela de contribuição dos fumicultores no incremento da economia sul-brasileira foi de R$ 5,3 bilhões, dos quais 49% correspondem ao Rio Grande do Sul”, disse. Ele também mencionou que é preciso pensar alternativas para quando as condições climáticas não são favoráveis. “A criação de programas, pela Secretaria de Agricultura, como o Mais Água, Mais Renda e o de Secagem e Armazenagem de Grãos, e a criação dos Arranjos Produtivos Locais, pela Agência Gaúcha de Desenvolvimento, entre eles o APL do Vale do Rio Pardo, que tem como entidade gestora a Afubra, são caminhos promissores para uma produção agrícola mais segura e rentável”, acrescentou.Outro aspecto apontado por Werner para melhorar os resultados na agricultura é a tecnologia. “Em razão disso, a programação da Expoagro possibilita debates e discussões sobre a evolução dessas tecnologias, bem como abordagens e esclarecimentos de muitos outros assuntos”, explicou. “Estamos abrindo a Expoagro motivados a incentivar e fomentar a diversificação de atividades no meio rural, mas cientes de tratar-se de tema complexo”, acrescentou.Ao lembrar que o governo tem investido em crédito agrícola para impulsionar o setor, o superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Francisco Signor, disse que o mundo precisa de alimentos. “País bom é aquele que tem um bom celeiro”, salientou. E o delegado federal do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) no Rio Grande do Sul, Marcos Carlos Regelin, disse que o MDA prioriza crédito e investimentos em qualificação e em agroindústrias para que o produtor possa escolher as culturas que quer produzir.O deputado estadual Edson Brum, representando a Assembleia Legislativa, falou das potencialidades econômicas da região, representadas especialmente pelo tabaco. “Originamos 10,4 bilhões de impostos e somos o maior exportador mundial, com 50 mil containers saindo do Porto do Rio Grande para trazer as riquezas que temos aqui”, comentou.Por sua vez, o deputado federal Luís Carlos Heinze, conclamou aos representantes políticos e de entidades que se unam para defender o tabaco. “Com dois hectares de soja ou milho, ninguém vive, mas com dois hectares de fumo, se pode viver bem”, disse. E o deputado federal Sérgio Moraes lembrou que os produtores de tabaco são os que mais trabalham e menor recebem retorno, além de serem apontados com preconceito. “Um homem de 17 anos não pode ajudar o pai na lavoura porque é trabalho infantil”, exemplificou. “Nossos filhos têm que aprender a gostar da lavoura, sim”.O prefeito de Rio Pardo, Fernando Schwanke, lembrou que o tabaco mantém 39% da população nas áreas rurais, o que evita o problema social da urbanização. “A vida no campo mudou para melhor e a Expoagro é a celebração dessa vida”, comentou. E lembrou que é no parque da feira que será instalado o Centro Vocacional Tecnológico (CVT), da Unisc e Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação, aproximando a tecnologia e o setor primário. “Nossa visão de futuro é sermos o Vale do Silício em biotecnologia e oleoquímicas”, completou.Finalizando os pronunciamentos, o governador Tarso Genro, comentou que a economia local é influenciada pela economia global, e o desafio é não se deixar abater pela crise mundial. Sobre as campanhas contra o tabaco, ele disse que são feitas, principalmente, por países grandes produtores de fumo, que dizem trabalhar pela saúde pública, enquanto, na verdade, querem proteger seu mercado. “Nós devemos nos juntar, acima de rivalidades e partidos políticos, para proteger a nossa riqueza produtiva local”, disse.Milho & Feijão – Após a solenidade de abertura da Expoagro, ocorreu a da renovação do Programa Milho & Feijão Após a Colheita do Tabaco. A novidade é que o programa, criado pela empresa Souza Cruz, ará a ser desenvolvido pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), ampliando a cobertura. A ação conta com a parceria do governo do Rio Grande do Sul, por intermédio da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa); Mapa, por meio da Superintendência Federal da Agricultura no RS; Federação da Agricultura do Estado do RS (Farsul); Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do RS (Fetag) e Afubra.Estiveram presentes – Além das autoridades convidadas a se pronunciar, também fizeram parte da abertura os representantes dos patrocinadores da Expoagro 2014: Sicredi, Husqvarna, Massey Ferguson, Biogene, Nortox, Trapp, Consul/Brastemp, Banco do Brasil e Banrisul.
Outras instituições representadas na solenidade foram Emater, Fepagro, Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), Brigada Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, Embrapa, Polícia Rodoviária Federal, prefeituras e secretarias municipais, banda do 7o Batalhão de Infantaria Blindado (BIB), Unisc, Universidade Federal de Santa Maria (Ufsm), Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), Unimed, Sinditabaco e suas empresas associadas, sindicatos, associações, órgãos públicos e expositores.
Coordenadoria de Imprensa – Expoagro Afubra 2014
Jornalista Cristina Severgnini
Reg. MTb/RS 9.231