A pressão da cadeia produtiva do tabaco surtiu efeito nesta quarta-feira, 8. Em duas reuniões agendadas e conduzidas pelo deputado Alceu Moreira (PMDB), com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, e com o vice-presidente da República, Michel Temer, mais de 30 representantes da região Sul relataram os impactos negativos da resolução do Banco Central que limita o crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para produção de tabaco.
A comitiva, composta por parlamentares gaúchos e catarinenses, prefeito, vereadores, sindicatos de produtores e da indústria fumageira, foram unânimes ao condenar a medida, que classificam como trágica para o setor.A cadeia produtiva do tabaco engloba 2,5 milhões de trabalhadores, sendo que 187 mil famílias, em 704 municípios da região Sul, dependem da atividade para seu sustento. Só em arrecadação de impostos, o setor deposita anualmente nos cofres da União cerca de R$ 10 bilhões.Diante dos relatos, tanto o ministro Pepe Vargas, como o vice-presidente Michel Temer, concordaram que a medida está equivocada e garantiram se empenhar pela revogação. Temer, inclusive, se comprometeu em na primeira oportunidade rear o assunto para a presidenta Dilma Rousseff.
O deputado Alceu Moreira, que está à frente do debate no Congresso, reiterou que a perseguição aos produtores de tabaco é ideológica, pois demonstra total desconhecimento dos dados de produção. “Não há relação entre produção e consumo. O principal consumidor em percentual é o Japão, que não produz nem sequer um pé de tabaco. Sem contar que 80% do fumo brasileiro é exportado”, argumentou o deputado.
O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, complementou que pelas peculiaridades da produção a atividade é toda baseada na agricultura familiar.
Rodrigo Mallmann – Jornalista
(61) 9801.3315