O tesoureiro da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcilio Laurindo Drescher, participou hoje (14/07) da Reunião de Trabalho da Subcomissão em Defesa do Setor Produtivo do Tabaco e de Acompanhamento 10ª Conferência das Partes (COP 10) da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco (CQCT). A organização do encontro foi da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, num requerimento do deputado estadual Marcus Vinicius, e realizada na plenária da Câmara de Vereadores de Rio Pardo/RS.
Para o coordenador da Subcomissão, deputado estadual Marcus Vinícius, a COP 10 é um tema que está preocupando. “É uma espécie de julgamento, onde uma atividade inteira pode ser julgada e condenada sem ao menos podermos participar e defender. É preciso que se leve em conta os benefícios econômicos e sociais que o setor traz para o País. É inaceitável que digam que é preciso parar de plantar tabaco para plantar alimento, nosso fumicultor é também produtor de alimentos”.
O deputado estadual Edivilson Brum disse ser necessário que as lideranças políticas se unam nesse momento em que a cadeia produtiva do tabaco vem sendo atacada. “Temos que sensibilizar o Itamaraty, o presidente da República, que precisa entender que quem produz tabaco é pequeno produtor. O tabaco é o que maior rentabilidade dá para os pequenos produtores”.
A deputada estadual Kelly Moraes, disse que, por ter sido prefeita de Santa Cruz do Sul, sabe a importância do setor. “Defendemos o emprego, o desenvolvimento, a renda e o fumicultor que, lá na ponta, sustenta sua família. Defendemos a diversificação que, inclusive, o setor já vem incentivando e implementando”.
Marcelo Moraes, deputado federal, lembrou que “mais de 90% do tabaco brasileiro é exportado e, cerca de 50% do cigarro consumido, vem do mercado ilegal. Temos mais de 120 mil famílias produtoras e não podemos esquecer de todos os demais setores que o tabaco movimenta. O debate da Convenção-Quadro é ideológico e não questão de saúde. Não somos contrários à algumas medidas de saúde, mas não podemos permitir a mudança de foco e o ataque à produção”. Ele ainda sugeriu que sejam visitados os governadores do RS, SC e PR para que estes se juntem às lutas, que se solicite assento na Conicq para o setor produtivo e também para os parlamentares.
O vice-presidente da Câmara de Vereadores de Rio Pardo, Cláudio Freitas, destacou que o tabaco mantém a dignidade da família e combate o êxodo rural. “Não podemos permitir que o produtor de tabaco tenha seus direitos negados. Precisamos de união pelo setor”.
Prefeito de Rio Pardo, Rogério Luiz Monteiro lembrou que “o tabaco é produzido em pequenas áreas de terras e com as campanhas de acabar com o plantio, teremos produtores sem renda. Me espanta um Governo que diz cuidar do produtor tenha essas atitudes”.
Drescher disse que as mobilizações querem sensibilizar o Governo do Brasil para que dê oportunidade de a cadeia produtiva participar da COP 10, com voz ativa. Ao apresentar dados, o representante da Afubra mostrou a importância da cultura para o pequeno produtor rural. “O fumicultor tem sua propriedade diversificada e, muitas vezes, é o tabaco que proporciona a inclusão de novas culturas”.
O vice-presidente de Relações Industriais do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Valmor Thessing, apresentou uma pesquisa realizada pela UFRGS, onde 80,4% dos produtores de tabaco brasileiros pertencem às classes A e B, quando 78,5% dos brasileiros estão nas classes C e D. “É preciso que essas informações chequem as pessoas certas em Brasília”.
Heitor Petry, presidente do Corede Vale do Rio Pardo, lembrou que, hoje, se deveria discutir como incrementar o empreendedorismo na região, de como produzir com mais qualidade, e se precisa defender uma atividade legal. “A Famurs tem um estudo que mostra o impacto representativo que o setor tem para os municípios que produzem tabaco. Estamos coesos com esse movimento em defesa da cadeia produtiva do tabaco”.
AGENDA – A rodada de reuniões de trabalho iniciou em Santa Cruz do Sul e também já ocorreu em Candelária, na noite de ontem, 13 de julho, com a participação da Afubra, representada pelo tesoureiro Marcilio Drescher, e pelo segundo-secretário, Fabricio Murini. Ainda estão previstos encontros em Canguçu, Camaquã, São Lourenço do Sul, Venâncio Aires, Barão do Triunfo, uma no norte do Estado e, a última, em Porto Alegre, em agenda ainda a ser confirmada. Após, o objetivo da Subcomissão é levar o tema em reunião com o Governo do Rio Grande do Sul e, posteriormente, para Brasília.
COP 10 – Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (COP 10), de 20 a 25/11, e a terceira sessão da Reunião das Partes (MOP 3) do protocolo para Eliminar o Comércio Ilegal de Produtos do Tabaco, de 27 a 30/11, ambas no Panamá.
Texto e foto: Jorn. Luciana Jost Radtke