Buscar a diminuição dos custos de produção utilizando matérias-primas econômicas e técnicas aplicáveis na mesma propriedade e, agregar valor aos produtos que existem nas propriedades, mas que por desconhecimento, ainda são pouco aproveitadas pelos produtores. Mostrar que o agricultor familiar pode agregar valor e reduzir os custos de produção é um dos objetivos do trabalho apresentado pela Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) na Expoagro Afubra 2013.
Segundo o professor do Departamento de Zootecnia da Ufrgs, Harold Ospina Patiño, o agricultor familiar dispõe das matérias-primas na propriedade, como o mandioca e batata-doce, onde as folhas e as raízes, além da cana-de-açúcar , podem ser aproveitadas como complemento alimentar . “Usando estas matérias-primas, não há a necessidade do produtor adquirir produtos como o milho e farelo de soja, que têm um valor muito alto”, afirma. Ele acrescenta que isto melhora a rentabilidade e o processo produtivo.
Nos trabalhos apresentados pela Faculdade de Agronomia está a hidrólise alcalina da cana-de-açúcar, o uso da mandioca na alimentação animal e do girassol na elaboração de suplementos para ruminantes. A hidrólise de cana-de-açúcar é um processo que provoca efeitos positivos na produtividade e, além disso, permite armazenar o produto, facilitando o seu manejo. Entre as vantagens estão o baixo custo, aumento de produtividade, menor atração a insetos e permite o armazenamento. A mandioca pode ser usada de forma integral na alimentação animal. Todas as variedades de tipo integral (amargas e doces) e de consumo humano podem ser utilizadas na alimentação animal, porém, é necessário que sejam processadas. O girassol pode ser aproveitado na formulação de suplementos para ruminantes e gerar produtos que possam ajudar a gerar novas fontes de renda para os produtores.A faculdade ainda apresenta o trabalho de alimentação diferenciada para cordeiros, e, conforme Patiño, consiste em complementar a alimentação do cordeiro enquanto ele ainda está mamando. Este manejo facilita na hora dele ir para o confinamento, pois já estará acostumado a este alimento diferenciado. Na sua composição são utilizadas folhas de aipim e batata-doce, podendo ser elaborado também com milho ou farelo de soja, porém, isto eleva o custo, pois sempre se busca alternativas mais baratas existentes nas propriedades. “ Com este sistema, o animal está mais cedo pronto para o abate e melhor terminado”, observa Patiño.O professor coloca ainda que alguns produtos como as folhas de mandioca também podem ser aproveitadas como composto alimentar humano. Patiño afirma que ele já vem sendo usado em alguns programas, como o da Alimentação Escolar, por exemplo.
Durante a feira a Faculdade de Agronomia ainda vai promover palestras sobre o escore e condição da produção das vacas leiteiras, com notas que variam de um a cinco. Dependendo da nota, observa Patiño, a vaca necessita de alimentação diferenciada para melhorar a produção de leite.
Coordenadoria de Imprensa – Expoagro Afubra 2013
Edemar Etges